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Em 2025, a crise climática intensificou-se de maneira alarmante, com eventos extremos e recordes de temperatura que reforçam a urgência de ações concretas para mitigar seus efeitos devastadores. O ano anterior, 2024, já havia sido marcado por temperaturas sem precedentes, e os primeiros meses de 2025 indicam uma continuidade dessa tendência preocupante.
Recordes de Calor em 2025
Janeiro de 2025 registrou a temperatura média global mais alta já documentada para esse mês, atingindo 13,23°C, o que representa um aumento de 1,75°C em relação aos níveis pré-industriais. Esse recorde é particularmente alarmante, considerando que ocorreu durante um período influenciado pelo fenômeno La Niña, que geralmente contribui para o resfriamento das temperaturas globais. A diretora-adjunta do Copernicus, Samantha Burgess, destacou que “Janeiro de 2025 é mais um mês surpreendente, mantendo as temperaturas recordes observadas nos últimos dois anos, apesar das condições de La Niña no Pacífico tropical”.
Eventos Climáticos Extremos ao Redor do Mundo
A elevação das temperaturas tem sido acompanhada por uma série de eventos climáticos extremos em diversas regiões do planeta. Na Califórnia, Estados Unidos, incêndios florestais devastadores em Los Angeles consumiram 160 km², resultando em 24 mortes e na evacuação de mais de 150 mil pessoas. Esses incêndios são exacerbados por condições climáticas extremas, como altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes, fatores que têm se tornado mais frequentes devido a crise climática.
Na Europa, o glaciar de Monte Perdido, localizado no Parque Nacional de Ordesa, foi incluído na “lista de vítimas climáticas” devido aos danos irreversíveis causados pelo aquecimento global. Nos últimos 25 anos, o glaciar sofreu uma redução significativa em seu volume de gelo, com um afinamento que supera três metros anuais em anos particularmente quentes, como 2022 e 2023. Estudos indicam que, se a tendência atual persistir, o glaciar poderá desaparecer completamente antes de 2035.
No Brasil, a crise climática tem impactado diretamente a educação. Eventos climáticos extremos deixaram mais de 1 milhão de estudantes sem aulas em 2024. No Rio Grande do Sul, enchentes afetaram 741 mil alunos, enquanto na região amazônica, a seca atingiu cerca de 1.700 unidades escolares, impactando 436 mil estudantes. Esses dados evidenciam como as mudanças climáticas afetam não apenas o meio ambiente, mas também setores essenciais da sociedade, como a educação.
As temperaturas médias globais de 2024 ficaram cerca de 1,6 °C acima das do período pré-industrial — antes de os seres humanos começarem a queimar grandes quantidades de combustíveis fósseis —, de acordo com os dados do Copernicus.
Causas e Consequências do Aquecimento Global
A principal causa do aquecimento global acelerado é a emissão de gases de efeito estufa resultante das atividades humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis. Em 2024, a concentração desses gases atingiu níveis sem precedentes em centenas de milhares de anos. A intensificação do fenômeno El Niño também contribuiu para o aumento das temperaturas, exacerbando os efeitos das mudanças climáticas.
As consequências desse cenário são vastas e preocupantes. O derretimento acelerado de geleiras e o aumento do nível do mar ameaçam comunidades costeiras e ecossistemas marinhos. Eventos climáticos extremos, como furacões, inundações e secas severas, tornam-se mais frequentes e intensos, colocando em risco a segurança alimentar, a saúde pública e a biodiversidade global.
Respostas Globais e Desafios Futuros
Diante desse cenário alarmante, a comunidade internacional intensificou os debates sobre a necessidade de ações imediatas e efetivas para combater a crise climática. Durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, discutiu-se a urgência de reduzir as emissões de combustíveis fósseis em 9% ao ano e em 43% nos próximos cinco anos para limitar o aquecimento global a 1,5°C. No entanto, a ausência de líderes de nações-chave, como Estados Unidos e China, dificultou a obtenção de um novo acordo internacional robusto.
Organizações como o Greenpeace destacaram a gravidade da situação, enfatizando que a crise climática está diretamente ligada ao uso contínuo de combustíveis fósseis. A transição para fontes de energia renováveis e sustentáveis é apontada como a única solução viável para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir um futuro seguro para as próximas gerações.
Conclusão
O ano de 2025 reforça a necessidade urgente de ações coordenadas e eficazes em nível global para enfrentar a crise climática. Os recordes de temperatura e os eventos climáticos extremos evidenciam que o tempo para agir está se esgotando. A redução das emissões de gases de efeito estufa, a transição para energias limpas e a implementação de políticas ambientais rigorosas são passos essenciais para conter o avanço do aquecimento global e proteger o planeta para as futuras gerações.