Argentina reforça controle na fronteira com o Brasil

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Ministra argentina de Segurança, Patricia Bullrich Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

Argentina reforça controle na fronteira com o Brasil e avalia construção de cercas como parte de uma estratégia para aumentar a segurança e combater atividades ilegais. A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou recentemente que o país ampliará a fiscalização na divisa com o Brasil, especialmente na província de Misiones, que faz fronteira com Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essa iniciativa faz parte do Plano Güemes, lançado em dezembro de 2024 pelo presidente Javier Milei, cujo objetivo é reforçar a vigilância nas fronteiras argentinas.

Durante uma entrevista à Rádio Mitre, Bullrich explicou que a região de Misiones registra uma intensa movimentação de pessoas a pé, o que aumenta as preocupações com a segurança pública. Segundo ela, os crimes violentos e o tráfico de drogas exigem uma resposta firme do governo. “A fronteira precisa ser mais controlada. Já enfrentamos assassinatos e outros crimes graves. Não podemos permitir que essa situação se agrave”, afirmou.

Além das ações na divisa com o Brasil, o governo argentino já iniciou a instalação de uma cerca de 200 metros na fronteira com a Bolívia, na região de Aguas Blancas. A justificativa para essa barreira é impedir a entrada de cocaína no país. No entanto, a medida gerou um impasse diplomático, já que o governo boliviano classificou a ação como uma violação das relações bilaterais e dos princípios do Direito Internacional. Em resposta às críticas, Bullrich afirmou que a Argentina tem total autonomia para proteger suas fronteiras e que não pretende mudar a estratégia adotada.

Agora, a Argentina reforça controle na fronteira com o Brasil e avalia construção de cercas em pontos estratégicos. O objetivo principal é conter o fluxo de mercadorias ilegais entre os dois países. Segundo Bullrich, a oscilação da economia influencia o contrabando. Em determinados períodos, produtos saem da Argentina para o Brasil devido aos preços mais baixos. Em outros momentos, como agora, ocorre o movimento inverso: mercadorias entram no país sem pagar impostos, o que prejudica a economia formal. “O contrabando afeta nossa economia e enfraquece os comerciantes que operam dentro da lei. Precisamos agir com firmeza para coibir essa prática”, afirmou a ministra.

A proposta de intensificar a fiscalização e até instalar barreiras físicas preocupa moradores e empresários da região fronteiriça. Muitos dependem da circulação entre os dois países para manter seus negócios e temem que as restrições prejudiquem a economia local. Representantes de municípios vizinhos pedem que o governo argentino busque alternativas menos drásticas para resolver o problema.

Embora a Argentina reforce controle na fronteira com o Brasil e avalie construção de cercas, o governo ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a instalação dessas barreiras. Bullrich garantiu que a situação está sob análise e que, se necessário, novas estruturas serão erguidas em áreas estratégicas, como Bernardo de Irigoyen, em Misiones, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. “Nosso compromisso é garantir a segurança da população. Se precisarmos de alambrados, vamos construir”, declarou.

Esse endurecimento na fiscalização segue uma tendência crescente na América do Sul, onde vários países adotam medidas mais rígidas para controlar suas fronteiras. No entanto, especialistas divergem sobre a real eficácia dessas barreiras. Enquanto alguns defendem o reforço da presença policial e a modernização dos sistemas de vigilância, outros alertam que cercas podem agravar conflitos diplomáticos e criar dificuldades para a população local.

O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos dessa iniciativa. O Itamaraty ainda não se pronunciou oficialmente, mas fontes do governo indicam que a questão pode ser discutida em reuniões bilaterais nos próximos meses. Autoridades brasileiras reforçam a importância do diálogo para garantir que medidas de segurança não prejudiquem a relação histórica entre os dois países.

A Argentina reforça controle na fronteira com o Brasil e avalia construção de cercas, mas a decisão final ainda não foi tomada. Nos próximos meses, ficará mais claro se a segurança será reforçada por meio de acordos regionais ou se novas barreiras físicas se tornarão uma realidade.

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