O assassinato de John F. Kennedy, o 35º presidente dos Estados Unidos, ocorrido em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas, segue como um dos eventos mais controversos da história moderna. Mesmo após seis décadas, as circunstâncias do crime continuam a alimentar teorias da conspiração que desafiam a versão oficial. Recentemente, uma decisão do ex-presidente Donald Trump trouxe nova luz ao caso: em 2017, ele ordenou a retirada do sigilo de todos os documentos governamentais relacionados à morte de Kennedy, permitindo que o público tivesse acesso a milhares de arquivos.
A Versão Oficial
De acordo com o Relatório Warren, produzido pela comissão especial designada pelo então presidente Lyndon B. Johnson, o assassinato de Kennedy foi obra de um homem só: Lee Harvey Oswald. O ex-fuzileiro naval, que vivia em Dallas e trabalhava no Depósito de Livros Escolares do Texas, teria disparado três tiros contra o carro presidencial usando um rifle italiano Carcano. Dois dos disparos acertaram John F. Kennedy, causando sua morte. O relato também conclui que não houve qualquer tipo de complô ou envolvimento de outras pessoas.
Entretanto, a história oficial sempre foi recebida com ceticismo por parte do público. A falta de respostas definitivas, aliada às inconsistências percebidas por investigadores independentes, alimentou especulações que variam desde conspirações do governo americano até a participação de potências estrangeiras.
Os Arquivos Revelados
A decisão de Trump foi um marco importante no esforço de transparência, especialmente para os historiadores e entusiastas do caso. Mais de 15 mil documentos foram divulgados nos últimos anos, mas muitos ainda permanecem classificados, alimentando a ideia de que o governo pode estar protegendo informações sensíveis.
Entre os arquivos já revelados, destacam-se relatórios da CIA e do FBI que exploram os movimentos de Oswald antes do assassinato. Em 1959, Oswald desertou para a União Soviética, um fato que muitos apontam como possível indicação de um envolvimento da KGB. Após retornar aos Estados Unidos, ele também teve contato com grupos anticastristas em Nova Orleans, alimentando especulações sobre a participação de cubanos exilados insatisfeitos com a política de John F. Kennedy em relação a Cuba.
As Teorias da Conspiração
Ao longo dos anos, surgiram inúmeras teorias alternativas sobre o crime. Uma das mais famosas é a da “bala mágica”, que questiona se um único projétil poderia ter causado os ferimentos tanto em John F. Kennedy quanto no governador do Texas, John Connally. Críticos apontam para a improbabilidade física dessa hipótese.
Outra teoria recorrente sugere a existência de mais de um atirador. Esta ideia se baseia no relato de testemunhas que afirmam ter ouvido tiros vindos do conhecido “grassy knoll”, um pequeno monte gramado próximo ao local do crime. Além disso, teorias incluem o envolvimento da CIA, especialmente após o fracasso da invasão da Baía dos Porcos, e da máfia, que teria agido em retaliação às ações do governo contra o crime organizado.
Impacto e o Futuro da Investigacão
A abertura dos arquivos ordenada por Trump reforçou o interesse público no caso, mas também evidenciou o desafio de resolver mistérios históricos de alta complexidade. Apesar das inúmeras investigações, o assassinato de Kennedy permanece um quebra-cabeça incompleto.
Para muitos, a divulgação de documentos é um passo crucial em direção à verdade. Outros, no entanto, acreditam que as informações mais comprometedoras jamais serão reveladas, seja por razões de segurança nacional ou para proteger figuras e instituições poderosas da época. O caso continua a ser um lembrete do poder do sigilo e da curiosidade humana frente ao desconhecido.
Seja através da versão oficial ou das especulações populares, a morte de John F. Kennedy é um evento que transcendeu o tempo. Para as gerações que viveram em 1963 e para aquelas que vieram depois, o caso continua a fascinar e a provocar questões sobre a natureza do poder, da verdade e do segredo. Enquanto houver perguntas sem resposta, a busca pela verdade persistirá.